Ela foge, está triste, desesperada, sente um vazio enorme no peito. Está fugindo de si mesma, de seus sentimentos.

Sonhou muito em ter ouro, muito ouro e quem tem é a outra, do clã. Pergunta sempre onde errou se herdou seus dons dos antepassados, então o que fez para não ter as moedas que tanto sonhou...
Sente que seus sentimentos não são bons e foge deles para conversar consigo mesma, na mata, ouvir a natureza, a sua natureza.
Começa a chorar e a indagar sobre suas inquietações. De repente ouve uma voz. Para de chorar e olha para frente e ao seu redor, procurando a origem da voz que acabara de ouvir. Uma brisa suave passa por ela balançando seus cabelos e as folhas de uma árvore.
Junto com a brisa a voz de uma anciã lhe diz:
- Filha da natureza, seus sentimentos tem uma longa história. Desde outras luas você procura o ouro e sempre tem alguém que passa a sua frente.
- Mãe Natureza, o que devo fazer com meus sentimentos? diz a moça.
- Procure aceitar vosso coração. Vosso sentimento é puro e honesto. Não aceitas vossos sentimentos porque esperas mais de ti. Exiges mais do que podes oferecer.
- Ah Mãe, estou desesperançosa. Faz tempo que vou atrás de meus sonhos, me exponho e nada acontece.
- É que dentro de você existe um bichinho que te come diariamente, como um cupim. Ninguém vê, mas ele está lá. De repente aparece um buraquinho..
- Não entendo...

- O Sol brilha lá em cima e ilumina toda gente, mesmo não olhando para ele. Mas ele está lá, te aquecendo o tempo todo. Quando chove as gotas da chuva são lágrimas que caem para suavizar sua passagem, seus pesares. O vento leva toda preocupação, deixando-a suave como uma brisa. A noite chega para te acolher em seu leito aconchegante, com seu manto sagrado e protetor. Então, filha, por quê este vazio em teu peito, já que tens tudo isso?
A moça comovida pelas palavras da anciã, senta ao chão e começa a pegar um pouco da terra e fica olhando.
- Tudo o que você semeia na terra, se o solo é fértil, já que o sol está presente, a chuva e o vento, então irá germinar e assim as flores nascerão e frutificarão. Este é o ciclo. Quando você semeia em solo infértil (quando não há fé, não acredita naquilo que sente, não acredita no futuro, tens dúvidas) será difícil germinar. O lavrador prepara o solo, assim você também tem que fazer. Não há diferença em vossos caminhos (seu e o da outra moça) só que ela acredita nos melhores dias, naquilo que vê nas cartas, no que a natureza lhe fala... ela acredita e vai. Ela acorda vê o sol e se alimenta dele.
Ela sente o vento e fica leve, porque deixa que ele leve os seus temores, porque sabe que haverá o amanhã e o amanhã sempre será melhor do que hoje. Agora filha, levanta, olhe para o sol, deixe ele penetrar em vosso ser, procure ouvir a sua alma, ouvir a natureza, pois ambas te orientam e te levam para o melhor caminho. Vá que o ouro a ti pertence também. Há bastante ouro para todos nesta imensidão.
Regressão realizada em 13.01.2012
Terapeuta: Roseli Queiroz Garcia Gil
Nenhum comentário:
Postar um comentário